terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Letra: Eu e você

Era fim de semana.
Mas não era um dia qualquer.
Era noite de samba, na Lapa dos bambas, de muita cerveja e mé.
Cruzamos os arcos, todos molhados, garoa que vinha do Céu.
Adentramos ao Paiol com toda a familia a curtir o samba do chapéu.

Ali tinha história, capoeira, jongo e o batuque da linha Nagô.
E o repique, o tantan, o cavaco e o pandeiro do grupo Galocantô.
Vara de família, Luiz Melodia, Martinho e cantando outros mais.
Fez-se então a magia, a noite virou dia, na dança da moça e o rapaz.

Eis que o Céu se encantou.
De tanto sorrir, chorou.
Bramou de encanto ao ver.
Havia um fuzuê.
Éramos nós, nós dois, eu e você.
Todo um cortejo a nosso bel-prazer.
Fez-se o giro, o pulo, o tato, um belo casal a bailar.
Com você o infinito, momento bonito, tão lindo quanto Céu e Mar.
Éramos nós, nós dois, eu e você.
Uma noite de samba a nunca se esquecer.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Arco-íris de Prazer

Era noite.
Seguinte.
Eu permanecia sentado, debaixo daquele véu de estrelas.
O pulmão arfava com as lembranças sob a gigante Lua cheia.
Meu corpo, retesado, ainda tentava assimilar.
Do que se viu: coração e alma, em polvorosa, a deleitar.
Cores.
Todas elas.
Eu estive no Céu.
E lá, vi o colorir de um arco-íris de felicidade.
As pálpebras logo fecham e lapsos da noite anterior vêm à tona.
Digo: "Sou todo seu. Tu és a minha dona."
Vens o branco, da fantasia.
Que com o creme, iniciou a ousadia.
A sutileza em vermelho desenhada em seus dedos.
As rosas em coração no leito dos anseios e medos.
Mas nada foi deixado para depois.
O que se sonhou, realizaríamos decerto, nós, a dois.
Então, debaixo do preto da sua saia, urgi.
Pela negritude dos seus olhos, emergi.
Com a vista cerceada pela escuridão, pude sentir.
Meu corpo no teu, seu corpo no meu e o ar, entre nós, fugir.
Subimos o mais perto que pudermos do Céu.
O teto verde deu lugar àquele lindo véu.
Sob estrelas e uma linda Lua, na piscina, amamos.
Com o beijo mais gostoso, o aperto saboroso, fincamos.
A noite de inverno, então, fez-nos sair.
Corremos e notamos uma sauna por perto, logo ali.
A parede laranja amarronzada era o perfeito sinônimo.
Quentes, caloroso e em fervura; homônimos.
Desceu-se à terra dos homens.
Da cama redonda, cantou-me o parabéns.
Vestiu-se o rosa da madrugada.
Entre carinhos e sussurros, mais das nossas almas encharcadas.
Dispusemos a dormir.
De corpos colados, respirações hesitantes e músicas a curtir.
Nasceu a manhã.
Café na cama, pão, queijo, suco de laranja e creme de maçã.
Não vi você sumir;
Mas vi você surgir.
Estava linda com a vestimenta azul que a adornava.
Os pequenos detalhes reviravam meu corpo e minha alma, que fumegava.
Coberta com a manta de uma Deusa, singelas brasas não seriam suficientes.
De posse do pote amarelo, pôs-me fogo de forma eloquente.
Queimamos.
Embraseamos.
Tudo se fez, nada se desfez para o belo casal .
Juntos, a princesa marítima e o príncipe celestial.
E o que nasceu eterno, virou história pelo infinito.
Sentimentos únicos, palavras doces e os momentos mais bonitos.
Haverão outros dias e outras histórias a contar.
Porém, nunca caberá sequer comparar.
Foi nossa primeira noite, de todas as cores, sob o extenso luar.
E mesmo que sonhasse, jamais poderia imaginar.
Um antro intenso de amor e paz, da brasa à chama, do fogo a vulcanizar.
Que ante a infinitude, permeou todo um ar.
Essência do prazer, pintando nossas vidas, ao relembrar.
Com o mais belo arco-íris, unindo em eternidade, você e eu, o Céu e o Mar.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Um voto sob o fogo.

Um prenúncio de erupções instigou o Destino.
Da sua parte, fez um chuvoso Céu desanuviar.
Quis tudo azul, o menino ladino.
Para que nada os impedissem de se apaixonar.
Cerveja e história para todos os lados.
A música toca o que suas almas querem gritar.
Os corpos são intimamente apresentados.
E um ao outro, um do outro, deixaram-se levar.
Toques e gentilezas são trocadas.
O calor dos corpos intensificam o sabor.
Beijos e mordidas eternamente marcadas.
Momentos tingidos de amor.
Para o risonho Destino, sob o fogo, o parecer.
Um voto mantido sob os olhos do vulcão.
Dia em que o Céu e o Mar farão a Terra tremer.
E o infinito refletindo sua eterna paixão.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Dia 8.

"Frente a ursos e lobos, se fez a magia.
Um coração cedido sob as notas de uma melodia.
O beijo quente soçobrou-me como água fria.
Marcou-se uma data, aquele dia.
Passaram-se três anos e nesta o silêncio imperou.
Céus enevoados que munido de raios, ribombou.
A noite escura guardava todos os nossos segredos.
Sua mensagem ao anoitecer se apinhou entre meus dedos.
Era a tal pergunta que tanto nos assombrou.
Com a resposta de uma Deusa que, de fato, recordou.
Rememoro suas palavras ante meu olhar.
Era um lugar festivo, lugar de sambar.
"Se ela te amar, quando mais velha virá me perguntar.
E se esse dia chegar, não tenho porque não agraciar."
Sob o véu da boa notícia, exasperei.
Marquei antigas estrelas e criei novas do tanto que chorei.
Além do Céu, ouvia o Mar balbuciar em felicidade.
Rimos e brincamos até tarde.
Relembramos passos de outras idades.
Que neste dia, nesta data, se fez a nossa vontade.
Agraciados por um Destino que vive em nossa infinidade.
Deixando exposto um retrato da nossa realidade.
Existem 364 dias do ano em que bate a saudade.
E existe o dia 8 de março para relembrar a nossa maior verdade."